Por: Thayara C. S de Lima
Nos posts anteriores alguns de meus colegas fizeram as devidas apresentações do evento e dos componentes da mesa: Prof° Dr° Michael Hanchard ( Johns Hopkins University), Profª Drª Rosana Heringer ( FE/UFRJ) e meus colegas conexistas Bruno Ramalho e Stephanie Sousa que além de conduzir muito bem o evento defenderam o posicionamento do grupo de maneira firme e confiante. Por isso em meu post concentrar-me-ei em impressões baseadas nos debates e nas apresentações da mesa.
O primeiro ponto que chamou minha atenção diz respeito ao balanço e perspectiva apresentados pelo Prof° Dr° Michael Hanchard sobre as políticas de ação afirmativa nos EUA. Um país constantemente apontado como exemplo de segregação mas também como palco de uma forte luta pelos direitos igualitários para negros e brancos. Essa luta resultara, entre outros, em políticas de ação afirmativa, outrora fortemente presentes, que hoje, após a crise de 2008, segundo expôs Dr° Michael vem perdendo força . Colocando lado a lado Brasil e EUA, percebo que enquanto nós estamos ainda em fase de luta para que se estabeleça a igualdade, os EUA caminham para trás a medida em que com a crise a desigualdade torna a se evidenciar.
Destaco um trecho de uma coluna da Folha de São Paulo de 26/07/2011 que pode ser vista na íntegra no seguinte endereço: O galope da desigualdade .
´´o site Huffington Post divulga análise estarrecedora sobre a desigualdade nos Estados Unidos: a diferença de renda entre os brancos e as minorias negra e hispânica atingiu o mais alto nível em 27 anos ou seja desde que se fazem pesquisas do gênero...A análise compara esses números com os de 1995, quando a diferença entre brancos e as duas minorias (negra e hispânica) era de apenas 7 para 1. O ano de 1995 marca o momento de expansão econômica que içou as minorias para um novo patamar de renda.``
Podemos observar essa regressão quando no trecho aparece a comparação com o ano de 1995, um ´´ano de promoção das minorias``.
O segundo ponto que me fez refletir bastante em nosso debate foi durante a participação de meu colega conexista Rogério. Ele questionou sobre a influência que as ações afirmativas tem sobre o preconceito e o racismo. Pensando sobre essa questão cheguei a conclusão de que a intenção principal da ação afirmativa não é influir sobre esses aspectos diretamente, inclusive um dos argumentos de quem se posiciona contra as ações afirmativas é a de que elas acabam por gerar tensões raciais na sociedade, se pensarmos naquela frase ´´tratar os desiguais como iguais só gera mais desigualdade`` fica mais fácil compreender que o objetivo dessa ações são de subsidiar um posicionamento igual de fato do negro na sociedade, dar condições para que ele se coloque de maneira igual. Quanto a estes graves problemas de nossa sociedade, o preconceito e a discriminação, acredito que influenciarão de forma muito positiva sobre eles a lei 10.639, apresentando e promovendo a cultura afro-brasileira, pois é só com o conhecimento que se pode acabar com o mal do pre-julgamento.
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