Dando continuidade as impressões, criticas e reflexões sobre o livro: “A Universidade do século XXI” do intelectual Boaventura, segue minha contribuição e opiniões quanto ao assunto explorado:
Uma das questões mais polêmicas como podemos ver, nas criticas dos colegas petianos Thayara e Bruno, é a interferência do setor privado nas Universidades públicas. Assumo que sou um pouco pessimista em relação ao Estado, mas não vejo por que apontarmos como saída a entrada cada vez mais facilitada do setor privado em uma instituição pública, não cabe a nós o direito de reivindicar? De lutar por nossos direitos? Essas duas perguntas geradas por um inconformismo chegam a ser consideradas “chavões” para muitos, mas a repetição de tais frases refletem há quanto tempo se tem lutado em prol de uma Universidade de qualidade ao acesso de todos.
Mas, mediante a tantas crises e ao desinteresse do Estado, não vejo como solução uma “legitimação” do setor privado, pelo contrário, vejo uma complicação e uma dependência cada vez maior das Universidades públicas as grandes corporações, gerando riquezas e conhecimentos não para um bem social, mas para um interesse lucrativo de uma ideologia dominante. Quanto mais nos deixamos “envolver’ por essa privatização, o Estado diminui a sua responsabilidade para com o Ensino superior.
Já somos considerados como um setor de serviços pelo Estado, agora estamos em pleno processo de mercado lucrativo das grandes empresas, permitindo essa flexibilização de nosso espaço público superior, sem querer ser dramática ou radical, do jeito que estamos iniciaremos um intenso processo de privatização das Universidades públicas e para conter a população, algumas “políticas de caridade” por parte do Estado, com bolsas minguantes de auxilio, sem a mínima preocupação em democratizar o acesso e a permanência daqueles oriundos das classes populares.
O que podemos fazer além de estudar e compreender a situação pela qual a Universidade tem passado é ir contra um consenso hegemônico apresentado a nós pela globalização neoliberal, com suas tecnologias de informação e comunicação reforçando ideias de empregabilidade, descompromisso do governo para com a população e a ampla privatização dos bens públicos. Não estamos em uma situação fácil seja de atuação, seja de reconhecimento da luta, mas o que não podemos deixar de fazer é continuar a propagar e apresentar ideias e soluções contra-hegemônicas afinal, “Não cabe a nós o direito de reivindicar? De lutar por nossos direitos?”
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