sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Diário de viagem #4 - Ações afirmativas: inclusão da diversidade etnicorracial

Participamos hoje de um minicurso cujo tema era Ações Afirmativas: Inclusão da diversidade etnicorracial. Talvez pela limitação de tempo e pelo grande esforço do Drn. Sérgio Pereira dos Santos em abordar a grande diversidade de assuntos relacionados a discussão das ações afirmativas e o desenrolar de seus processos históricos pairou uma sensação de superficialidade no andar das discussões. Ainda assim destaco alguns pontos que suscitaram reflexões ou questionamentos.
Durante  a apresentação foi recorrente o retorno a questão da formação da identidade negra e sua importância para a capacidade de articulação da luta por  direitos. Pensando nessa afirmação podemos problematizar quão prejudicial é a negligência do conceito de raça numa perspectiva política, social e cultural, que geralmente se manifesta em frases do tipo "Não existe raça" ou " quem tem raça é cachorro". Esse tipo de comportamento contribui, ao ignorar a existência desses grupos, para a maior dificuldade de mobilização e luta.
Essa não identificação tem também como um de seus resultados um fenômeno que torna a maior parte da população "moreninha" ou "chocolate", entre muitas outras denominações... A não identificação objetiva entre preto e branco acaba tirando de cenário tensões raciais que poderiam vir a se manifestar em nossa sociedade e contribuir para a luta anti racista. Ao falar das questões relacionadas as dificuldades enfrentadas pelos negros no Brasil toda essa camada que se coloca num setor intermediário não se reconhece e e não se mobiliza.
Algo que me chamou bastante atenção e que acho válido compartilhar foi a contribuição de um aluno da UFES, vindo do interior da Bahia. Esse aluno demonstrou receio quanto a recepção dos novos alunos cotistas que entrarão pela lei 12.711/2012, já que segundo sua perspectiva a UFES é uma Universidade extremamente racista. Suas preocupações giravam em torno de manifestações como as que aconteceram na UNB e mais recentemente na Unesp quando alunos não cotistas picharam injúrias raciais nas paredes das respectivas Universidades.
Saímos do debate refletindo sobre como poderia se dar essa recepção, inclusive transportando para a nossa realidade no Rio de Janeiro...ao chegar no banheiro nos deparamos com a seguinte manifestação:

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