Esse primeiro dia foi um show
de eficiência e organização, desde a acolhida no credenciamento até a festa de
abertura, eficiência que inclusive por vezes espantou.
Na programação tivemos, após o credenciamento, a cerimônia
de abertura, seguida de apresentações de danças gaúchas tradicionais,
culminando em um típico churrasco gaúcho.
Minha proposta aqui é
apresentar as impressões a respeito desse dia, que acabam interferindo nas
minhas impressões a respeito da estrutura PET.
Inicialmente é importante
ressaltar que apenas participando de um evento com essas proporções pude
perceber a dimensão do PET. Sofremos de falta de integração crônica, mesmo
entre os PETs da própria UFRJ. Vivemos
cada um pautados por suas proprias atividades sem perceber a força que o
programa tem quando olhado de forma geral, em números, atualmente são 843
projetos espalhados por Universidades de todo o país.
Já na abertura, não foi
possível deixar de perceber algumas ambiguidades que permeavam os discursos. De
certa forma essa ambiguidade ja era esperada por nós. Sendo o PET uma parte
integrante da Universidade bem como da sociedade compreendo que se aplica
também a ele uma das conclusões as quais chegamos na elaboração do trabalho apresentado
no próprio encontro, de que "estamos falando de
situações caracterizadas por relações de dominação; situações onde existem -
ainda que por vezes seja difícil delimitar claramente - atores que tem algum
tipo de benefício por ocupar posições dominantes" (p 11)
Isso se tornou evidente pra
nós em falas que ao mesmo tempo em que exaltavam repetidamente as "construções
coletivas", a "partilha", o "coletivo" e a "troca de experiências" apresentavam também
uma visão hierarquizada de trabalho e de mundo na qual seria preciso saber
identificar e aceitar " os momentos em que você é chefe e os momentos em
que você é peão" !
A partir de todas as reflexões
que o PET/Conexões - Diversidade me proporcionou, entre outras experiências
acumuladas da vida acadêmica acredito que muitos espaços precisam ser ocupados,
e muitos conflitos sobre a concepção de "construir coletivamente"
precisam ser travados até que se construa um programa que reflita na prática os
termos hipervalorizados no discurso.